30 anos para dar a volta.4 tendências da reciclagem a que devem estar atentos em 2022...

15/02/2022

Se continuarmos a explorar os recursos naturais como fazemos de momento, em 2050 iremos precisar de três planetas Terra, segundo dados da Comissão Europeia.

Reduzir, reutilizar e reciclar são conceitos que estão cada vez mais no dicionário dos portugueses. No entanto, Portugal tem a terceira taxa de circularidade mais baixa da União Europeia (UE). De acordo com os números do Eurostat, em 2020, apenas 2,2% dos recursos materiais utilizados no país provieram de resíduos reciclados. 

Para dar a volta a este cenário, estão a ser implementadas medidas de incentivo à reciclagem, sensibilizando os consumidores da importância da separação e do encaminhamento dos resíduos para reciclagem.

Da aposta na produção de embalagens sustentáveis às políticas de incentivo à reciclagem, fique a conhecer as tendências em Portugal. Vale sempre a pena lembrar que o primeiro passo rumo à economia circular é dado em casa: se ainda não faz a separação dos seus resíduos, comece já hoje. O planeta agradece.

1- Diga adeus ao plástico de uso único

Palhinhas, cotonetes e recipientes para alimentos em esferovite são exemplos de produtos de plástico de uso único, ou seja, que são utilizados uma vez e depois descartados.

Segundo dados da Comissão Europeia, os plásticos de uso único representam 50% do lixo marinho da UE, prejudicando a vida marinha e a nossa saúde. Para reduzir o impacto destes produtos no ambiente, a UE implementou a Diretiva 2019/904, de aplicação obrigatória em todos os Estados-Membros, que proíbe a colocação no mercado de determinados produtos de plástico de utilização única, tais como cotonetes, talheres, pratos, palhinhas, varas para balões, bem como copos e recipientes para alimentos feitos de poliestireno expandido (esferovite).

Em Portugal, as novas regras entraram em vigor em novembro de 2021, através do Decreto-Lei n.º 78/2021. Até 2030, o objetivo é reduzir em 90% o consumo de produtos de utilização única.

Para ajudar a promover as boas práticas e a alcançar estas metas, nasceu, em 2020, o Pacto Português para os Plásticos, uma plataforma de colaboração que reúne diferentes atores da cadeia de valor nacional do plástico: Governo, produtores, retalhistas, entidades de reciclagem - entre as quais a Novo Verde -, universidades, ONG, associações, entre outros.
Juntos, têm como principal objetivo garantir que, até 2025, 100% das embalagens de plástico serão reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis.

As vantagens são óbvias: menos poluição, menos resíduos produzidos, menos lixo depositado nos aterros, menos emissões de CO₂ e maiores poupanças nos recursos naturais.

Mas, para alcançar estes objetivos, é preciso a colaboração de todos e o caminho começa na casa de cada um de nós. Sempre que possível, opte por produtos ou embalagens reutilizáveis e evite os plásticos de utilização única. O ambiente agradece e nós também.

2- Receba vales de desconto em troca de garrafas de água e refrigerantes entregues para reciclagem

Em breve, o Sistema de Depósito com Reembolso, que recompensa os consumidores por entregarem garrafas de bebidas em máquinas de reciclagem, será generalizado em Portugal. O objetivo é incentivar a adoção de comportamentos sustentáveis, para que o material recolhido seja reciclado e incorporado como matéria-prima na produção de novos produtos, tais como novas garrafas de bebidas.
A experiência com este sistema de incentivo, que decorreu ao longo de 2020, foi um sucesso. Por isso, este será, em breve a regra.


3- Pague mais taxas por não separar o lixo

Atualmente, em Portugal, a Tarifa de Resíduos Sólidos Urbanos está indexada ao consumo de água, sendo discriminada na respetiva fatura. É com este valor que os municípios asseguram a recolha, o transporte e o tratamento dos resíduos sólidos. 
No entanto, este modelo não premeia os cidadãos que separam e colocam os resíduos no ecoponto. É nesse sentido que alguns municípios estão a implementar projetos-piloto "Pay-As-You-Throw" (PAYT).

Os sistemas PAYT partem do princípio do poluidor-pagador, ou seja, quanto mais lixo indiferenciado o cidadão produzir, mais pagará de Taxa de Resíduos Sólidos. Além de ser mais justo e equitativo, o sistema PAYT reduz a produção de resíduos indiferenciados, promove a separação dos resíduos valorizáveis, otimiza os circuitos de recolha e contribui para uma melhor higiene pública.

4- Prefira embalagens feitas com material reciclado

Todas estas iniciativas caminham no mesmo sentido: tornar a economia circular uma realidade em Portugal. Conceitos como reduzir, reutilizar e reciclar já fazem, e devem continuar a fazer, parte da nossa vida. Em causa está a sustentabilidade do planeta e dos seus recursos, tão preciosos e cada vez mais escassos

Um dos objetivos da reciclagem é esse mesmo: preservar o ambiente, através da obtenção de matérias-primas (secundárias) e da sua incorporação no fabrico de novos produtos.

Aliás, muitos dos produtos que usamos no nosso dia a dia já são fornecidos em embalagens produzidas com incorporação de materiais reciclados, com a mesma qualidade e versatilidade. Por exemplo, garrafas de vidro, embalagens de detergentes e cosméticos, caixas de cartão, sacos de plástico para o lixo e muitos outros produtos. A reciclagem veio para ficar e faz cada vez mais parte das nossas vidas. Pronto para aderir a estas tendências?


Fonte adaptada: Minuto R Native 5

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